3 Experiências de Natureza na Graciosa
NA GARGANTA DO VULCÃO
Falar de natureza na Graciosa e não mencionar a Caldeira (1) é como ir a Roma e não ver o Papa. Este vulcão, localizado na zona sul da ilha, tem uma altitude máxima de 402 metros. Chegar à Caldeira é relativamente fácil, mas se preferir ter uma visão mais abrangente do vulcão, vá pela estrada norte, subindo pela Serra Branca a partir da Ribeirinha. Antes de entrar na cratera, desça à Furna do Abel e visite a Furna da Maria Encantada.
Percorra também o caminho circundante da Caldeira, observe toda a parte sul da ilha e, caso o dia assim o permita, avistará as restantes quatro ilhas do grupo central. Entre, passando o túnel, e vá à Furna do Enxofre (2) a principal atração deste Monumento Natural. A Furna do Enxofre é uma cavidade vulcânica com 50 metros de altura por 194 metros de comprimento e o que a torna única, é o facto de ter um teto em forma de abóbada perfeita, a maior abóbada vulcânica da Europa, revestido por pequenas estalactites. Para lá chegar terá de descer uma torre com escadas em caracol. No interior encontra-se uma lagoa e um campo fumarólico com água lamacenta e emanações gasosas secas no chão da gruta. Mas atenção, em certos dias, a concentração de dióxido de carbono pode atingir valores superiores aos admissíveis, pelo que os técnicos no local não o deixarão entrar. Depois de descer e subir os 183 degraus para a Furna do Enxofre, e em vez de entrar no túnel, vire à direita e vá até à zona de lazer, onde poderá retemperar as forças e explorar os miradouros existentes.
EM ESTADO BRUTO E SELVAGEM
Outro local de interesse na Graciosa é a zona do Porto Afonso (3) ou Afonso do Porto (a doutrina divide-se em relação ao nome). Este pequeno porto, situado na freguesia de Guadalupe, destaca-se por ser numa baía natural, onde a fusão entre a terra e o mar pode ser apreciada no seu estado mais selvagem. Em terra, sobressaem as arribas altas onde se podem ver diferentes camadas geológicas e as pequenas grutas junto ao porto, que servem para arrumo de barcos. No mar, a água límpida e as vistas para a ilha de São Jorge e para a Ponta Branca, dão-lhe imagens espetaculares, especialmente no pôr do sol. Se procura um local onde dificilmente aparecerá outro ser humano, este será o ideal na Graciosa.
Para lá chegar, parta de Santa Cruz e percorra a estrada do Barro Vermelho. A caminho, aproveite e visite o Farol da Ponta da Barca (4) e observe o Ilhéu da Baleia (5) (o nome diz tudo), outra das imagens de marca da Graciosa. Siga pela estrada para a Vitória/Ribeirinha e encontrará a placa indicativa para Porto Afonso. Leve calçado apropriado e em dias de vento ou chuva, não se aproxime das arribas porque pode haver queda de pedras.
E O MAR, SEMPRE TÃO PERTO
O suave relevo da Graciosa (é a ilha mais baixa dos Açores) dá-lhe condições únicas e excecionais no acesso ao mar que pode ser feito de forma fácil e praticamente em toda a ilha. Também o facto de ter uma plataforma marítima extensa, permite mergulhar a profundidades acessíveis ricas em espécies. São várias as zonas atrativas para o mergulho, destacando-se o navio naufragado Terceirense ao largo do Ilhéu da Praia, os Ilhéus do Carapacho (6) e as Baixas do Ferreiro (7) e do Pesqueiro Longo (8).
Pode também dar passeios de barco ou optar pela observação de aves, com especial destaque para o Garajau Rosado e o Paínho-de-Monteiro. No caso deste último, as únicas colónias nidificantes conhecidas encontram-se no Ilhéu da Praia e no Ilhéu de Baixo (Carapacho). Existem empresas que organizam estas atividades. Os locais de partida são Santa Cruz e Praia, dependendo das condições meteorológicas. Contate-as com antecedência, especialmente durante a época de verão. A Graciosa tem acolhido alguns eventos importantes ligados às atividades marítimas, com especial destaque para os Open Foto-Sub (evento internacional de fotografia subaquática) e o EDP Mar Sem Fim (Surf), o que vem reforçar a qualidade da ilha para estas experiências.
